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27/08/2015

Estive no lugar onde se não morre

Estive no lugar onde se não morre.
Conheci um pintor pintado por um funâmbulo 
E uma espécie de seiva suprema 
Das palavras que fazem ver .

Cheio de minúcias panadas
Acordei sobre o abismo humano
e das astúcias de animais mortos.
Abri a janela do quarto 
Portugal dorme
E a utopia inquieta 
O país do Fim



Paulo Anes

25/08/2015

Um sonho cego a nada

Prometemos
Que teríamos em comum,
Não sermos dois, apenas um;
Que as nossas almas nuas,
Viciadas na bruma,
Não fossem duas
Apenas uma.

Prometemos
Um sonho para lá do aterro,
Um sonho sem medo,
Um sonho semente enraizada,
Um sonho cego a nada.


Um sonho, apenas um…
Um sonho realizado por nenhum.


Paulo Anes

24/08/2015

A Deus

Meu Deus...o que me acolheu
À vida sem propósito?
Mestre... a morte que me deu
É auto de depósito?

Sou português, mareado,
Aceitador de tudo,
Amador mundo e mudo.
E que ao ser amado...
Ui... lento é o fazer,
Ir é Ser.

Sou português, desenrascado,
Impotência em plena satisfação,
E Deus, que é o Fado,
Dá-me a mão.


Paulo Anes