Ouço - diz-se - do vento sueste
Pecados genuínos imortais,
Virtudes, defeitos teologais,
Quimeras no dorso de uma peste.
Ouço colos-ladainhas
Desfiando terços ao mugir da aurora;
Barões que pegam p'los cornos rainhas
E uma dor-mor que implora
Não por ouvidos ais
Mas por lágrimas reais.
Ouço, também,
(Santa mãe!)
Hálitos empestados de ciprestes
Virtudes, defeitos teologais,
Quimeras no dorso de uma peste.
Ouço colos-ladainhas
Desfiando terços ao mugir da aurora;
Barões que pegam p'los cornos rainhas
E uma dor-mor que implora
Não por ouvidos ais
Mas por lágrimas reais.
Ouço, também,
(Santa mãe!)
Hálitos empestados de ciprestes
Que levam os dias a incomodar a vida,
Que levam as noites a decepar os mestres.
E de tanto ouvir, digo eu,
Ouço, enfim, um livro aberto;
Órfão único do Invisível,
Irmão gémeo do Impossível,
Filho incógnito do Incerto.
Que levam as noites a decepar os mestres.
E de tanto ouvir, digo eu,
Ouço, enfim, um livro aberto;
Órfão único do Invisível,
Irmão gémeo do Impossível,
Filho incógnito do Incerto.
Paulo Anes
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