Gostava de encontrar uma criminosa
que me ensinasse a amar.
Paulo Anes
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02/07/2020
29/06/2020
E então?!...
Raia a primavera.
As andorinhas estão.
Irei pôr-me à janela...
E então?!...
Elas voam no ar
Eu vôo no chão.
Paulo Anes
As andorinhas estão.
Irei pôr-me à janela...
E então?!...
Elas voam no ar
Eu vôo no chão.
Paulo Anes
26/06/2020
Namorada nova
Travessa do Fála Só
Nº: raíz quadrada do dois
Rés do chão torto cave
2020-covid-19
Lisboa com'ó milho
A fazer ó, ó,
Com'ó mundo.
Paulo Anes
Nº: raíz quadrada do dois
Rés do chão torto cave
2020-covid-19
Lisboa com'ó milho
A fazer ó, ó,
Com'ó mundo.
Paulo Anes
17/06/2020
Poema apaixonado por um deus inacabado
Porque é que eu não penso no inevitável
como algo a evitar?
Paulo Anes
como algo a evitar?
Paulo Anes
Há doze medos atrás
Há doze medos atrás,
Eu estava contigo
E tu, ainda, não estavas comigo...
Eu estava contigo
E tu, ainda, não estavas comigo...
Há doze medos atrás
Eu tinha pulsões
Nos pulmões
E os pulmões só tinham paixões.
Eu tinha pulsões
Nos pulmões
E os pulmões só tinham paixões.
Há doze medos atrás
Não existiam razões
Nas imediações.
Não existiam razões
Nas imediações.
Há doze medos atrás,
Tu tinhas saltos altos
No coração
E eu tinha os teus saltos
Na minha mão.
Tu tinhas saltos altos
No coração
E eu tinha os teus saltos
Na minha mão.
Há doze medos atrás,
Eu não queria calar as fobias
Sempre que tu ias
Carregada de agonias.
Eu não queria calar as fobias
Sempre que tu ias
Carregada de agonias.
Há doze medos atrás,
Eu era o báculo de todos os medos
Que,agora sei,
Não passavam de enredos.
Eu era o báculo de todos os medos
Que,agora sei,
Não passavam de enredos.
Há doze medos atrás,
Tinhamos um palmo de terra para nascer
E o mundo inteiro para morrer.
Tinhamos um palmo de terra para nascer
E o mundo inteiro para morrer.
Há doze medos atrás..
Coração Vagamundo
Tu que lês o que escrevo
Na cor lida sentes bem;
Que não sei para onde me levo
Mas levo-te comigo também.
Coração vagamundo,
Coração incerto,
Deixas-me sempre fecundo
Quando te sinto tão perto.
Vai, não pares
Vai, não pares
Sê um grande vagabundo,
Vai procurar o longe lá
Tão perto do meu fundo
Sem fundo
Paulo Anes
O que estou a pensar?
O que estou a pensar?
Depois de uma volta ao mundo,
Ainda me sinto imundo
Do que para aqui há..
Ah... ah ...ah... ah...
Depois de uma volta ao mundo,
Ainda me sinto imundo
Do que para aqui há..
Ah... ah ...ah... ah...
E pouco mais será,
Dos que não sabem o que é;
Só o que há....
Desdentados ao deus dará.
Dos que não sabem o que é;
Só o que há....
Desdentados ao deus dará.
O que estou a pensar?
Que a vida é demasiado curta
Para vivê-la ao lado de filhos da puta.
Que a vida é demasiado curta
Para vivê-la ao lado de filhos da puta.
O que estou a pensar?
Se te queres matar,
Porque é que não te queres matar?
Se te queres matar,
Porque é que não te queres matar?
O que estou a pensar?
Ah... que bonito é beber o ar
E não assentar.
Ah... que bonito é beber o ar
E não assentar.
O que estou a pensar?
Que o melhor é não matutar.
Estragar o belo
E assumir que não amo o que é de amar.
Que o melhor é não matutar.
Estragar o belo
E assumir que não amo o que é de amar.
Paulo Anes
Aborto dias a eito
Só me é possível ver a dor sem a palavra
É-me impossível ver o som.
Mas a borboleta fora da lavra
Não é escrava
Apenas tem um dom,
Só,
Só o silêncio
Intenso.
Milagre
Fora da eternidade.
É-me impossível ver o som.
Mas a borboleta fora da lavra
Não é escrava
Apenas tem um dom,
Só,
Só o silêncio
Intenso.
Milagre
Fora da eternidade.
Aborto dias a eito
Como se amar fosse um feito.
Mas amar sem sim?
Não é possível tricotar
Com efeito.
Como se amar fosse um feito.
Mas amar sem sim?
Não é possível tricotar
Com efeito.
Visível?
É possível,
Num encanto desfeito.
Seja qual for o defeito,
Amar sem sim
Condena-se
A um derradeiro fim
É possível,
Num encanto desfeito.
Seja qual for o defeito,
Amar sem sim
Condena-se
A um derradeiro fim
Dor sem eco
Vejo-a sem eco
Num mar intenso
Profundamente aberto
Profundamente imenso
Num mar intenso
Profundamente aberto
Profundamente imenso
Vejo-a sono
Que degenera
Ou cão que desespera
Humilhado pelo dono
Que degenera
Ou cão que desespera
Humilhado pelo dono
Vejo-a como latas de partida
Vejo-a num leito sem dormida
Vejo-a derrotada
E em cada encruzilhada
Beijo-a no ocaso da despedida
Paulo Anes
Vejo-a num leito sem dormida
Vejo-a derrotada
E em cada encruzilhada
Beijo-a no ocaso da despedida
Paulo Anes
À beira do pé
Ao pé das margens de ti,
Eu vi
Há uma choupana
Adorada por árvores bizarras
De quem me esqueço os nomes
Onde florescem exageros de amores
Sobre um fio de luz
Rosa Cruz
De capitosas flores.
Eu vi
Há uma choupana
Adorada por árvores bizarras
De quem me esqueço os nomes
Onde florescem exageros de amores
Sobre um fio de luz
Rosa Cruz
De capitosas flores.
Paulo Anes
20 contar
E ficou a raiz quadrada dos dois
A gozar todas as propriedades comutativas
De nós
Subtraindo terços aos rosários
Somados vezes sem conta
Por incógnitas de amor
Elevadas a ti
Menos tu
Igual a mim próprio.
A gozar todas as propriedades comutativas
De nós
Subtraindo terços aos rosários
Somados vezes sem conta
Por incógnitas de amor
Elevadas a ti
Menos tu
Igual a mim próprio.
Paulo Anes
Num sorriso enrugado
O amor compra e vende a perfeição,
Conclaves e desesperos da razão.
E tu enrugada num sorriso
Como se o céu fosse o paraíso.
Paulo Anes
Conclaves e desesperos da razão.
E tu enrugada num sorriso
Como se o céu fosse o paraíso.
Paulo Anes
Chegou a saudade
Chegou a saudade
Confusa, fora de si.
Agora quero a liberdade.
Viver onde não morri.
Paulo Anes
Confusa, fora de si.
Agora quero a liberdade.
Viver onde não morri.
Paulo Anes
No sossego de ti
Veste-te de poesia nua
Calça essa loucura
Descalça e crua.
Vai... voa!...
Não é à toa
Que o que o amor
Que em ti padece
Nunca esmorece.
Paulo Anes
Calça essa loucura
Descalça e crua.
Vai... voa!...
Não é à toa
Que o que o amor
Que em ti padece
Nunca esmorece.
Paulo Anes
31/05/2020
29/05/2020
Até que a morte nos separe
O nosso amor é bonito.
Tu finges que me amas
E eu finjo que acredito.
Paulo Anes
Tu finges que me amas
E eu finjo que acredito.
Paulo Anes
24/05/2020
Onde nada acaba
Chegou.
Olhou.
Viu como se ouvisse
Tacteou como se falasse
Bocejou como se amasse
Embutida no disfarce
Dessa música recatada
Onde tudo começa
E nada acaba
Paulo Anes
Olhou.
Viu como se ouvisse
Tacteou como se falasse
Bocejou como se amasse
Embutida no disfarce
Dessa música recatada
Onde tudo começa
E nada acaba
Paulo Anes
13/05/2020
Cavaleiro Monge
Cavaleiro Monge ,
Diz-me ontem o que foi hoje...
Será que a Eva tão, tão, tão
Tão perto do cego olhar,
Terá, enfim, outro Adão
Se não o embalar
Num desejo desejado
Condenado
A desejar?
Cavaleiro Monge,
Diz-me ontem o que foi hoje...
É justo pedir ao leme
O que o homem não quer dar?
Haverá paz mais corcunda
Que a paz do nosso lar?Cavaleiro Monge...
O homem do leme foge...
Paulo Anes
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