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18/05/2015

Grito como águas sem lugar

Há na saudade pungente
Uma ferida, um desejo,
Uma giesta, um beijo,
Sem tentação que o tente,

Uma seara apagão,
Uma só ténue lembrança,
Berço-eira em comunhão,
Que não passa da esperança.

E na saudade agonia,
Onde eu vivera ou vivia,
Em movimento de fado,
Corre uma dor lancinante 
Que embala a todo o instante
Como um ferrão tresloucado,
A ausência de ti em tudo
Mesmo do que é recordado.


Paulo Anes

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