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01/04/2016

Nos dias à dor

 Nos dias à dor
A maré repassa
E não há maré
O vento não passa 
O caminho não é.

Conto os dias à dor pelos dedos
Ao ponto de os ter mais que os medos.
E as palavras têm dó de mim
E de Deus a enlouquecer.

Que se há-de fazer?

Se ouço o lamuriar da terra
Ou o grito da esperança ecoado na merda…
Que importa?
Nos dias à dor
A dor é a porta.


Paulo Anes

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