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04/11/2016

A invenção do só para uso próprio



Todo o novo envelhece,
Todo o calor esfria,
Toda a beleza fenece,
Como água benta sem pia. 

Sobro, minto, absinto,
Sinto o que não sinto,
Desdigo o que não foi dito,
Fito o que não tem jeito,
Assassino esse mito
Mal feito.

E na hora certa
Do minuto do segundo seguinte,
A história futura chama-se sorte.   
Pasmo como um pedinte.  
A bússola que me deram não tem norte.


Paulo Anes

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