Era pastor de limbos
E, aos domingos,
Predicava histórias do futuro
À mais pesada da lágrimas
Gentes de todo o lado
Entretidas com os cheiros dos sons
Que há nas ervas do orvalho,
Encontravam-se na morte das marés
Queimada aos pés
Da areia quente.
E quando chegavam domingos
O pastor de limbos
Nas suas fúteis andanças
Convertia as lágrimas
E a mais inútil das crianças
Ao que ainda não tinha sido inventado:
Vestir todo o amor
No caminho esfarrapado.
Paulo Anes
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